Inflação elevada e auxílio emergencial menor reduzem qualidade do prato feito dos mais pobres no Brasil

17/08/2021 17/08/2021 06:46 103 visualizações
Com alta dos preços, redução do auxílio emergencial e desemprego elevado, brasileiros têm dificuldades para comprar alimentos; cesta básica julho em custou mais que o dobro do valor do salário mínimo atual

De segunda a sábado, Liane de Souza vende milho cozido com seus filhos, em frente a um açougue no centro de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. A rotina é cansativa e as vendas são imprevisíveis, principalmente neste inverno, considerado um dos mais frios no estado em quase uma década.

Com o dinheiro que recebe das vendas semanalmente, a ambulante segue direto ao supermercado para comprar alimento para a família. Na lista, cabem apenas itens essenciais, como arroz, feijão e carne de frango ou porco.

A carne vermelha, que Liane vê à venda no açougue atrás de sua barraca, ela afirma adquirir apenas aos domingos e só a de última qualidade.

Segundo Liane, a carne vermelha não é o único peso de seu orçamento doméstico. O preço do gás de cozinha também está deixando as contas de casa pesadas e, pior, reduzindo o lucro de suas vendas, uma vez que o milho é cozido a gás.

"O movimento aqui varia muito e tem horas que fico só gastando gás. Eu pagava R$ 4 na manteiga que uso, agora pago R$ 8. A gente tem que fazer pouca dívida para pagar as que têm", afirmou.

Liane retrata um cenário cada vez mais comum no Brasil, após a pandemia da Covid-19: o de brasileiros que estão com menor poder de compra e, desta forma, têm dificuldades para adquirir itens essenciais da cesta básica, como arroz, feijão e carne — o famoso prato feito.