O Dia das Mães de 2021 deve render um faturamento de R$ 12,1 bilhões ao varejo, segundo projeção da
CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Eis a
íntegra (235KB). O 2º Dia das Mães da pandemia tem um cenário mais positivo do que o do ano anterior. O faturamento de 2020 de R$ 8,2 bilhões foi o menor da série histórica, iniciada em 2005. As vendas caíram 33% frente a 2019. Neste ano, deve haver alta de 46% caso a projeção se confirme.

O economista da CNC, Fabio Bentes, explica que é natural esperar uma alta pelo contraste com o que se tinha ano passado. “
Ano passado tínhamos a maioria dos setores não essenciais fechados. Isso fez os números despencaram. O setor de vestuário teve uma queda de 60% ano passado”, disse. Diferente de 2020, quando grande parte do comércio dos Estados estava fechado, neste ano a data será celebrada durante processo de reabertura da economia. Todos os Estados brasileiros devem registrar alta nas vendas em relação ao ano passado. O professor de economia da Universidade de Brasília Carlos Alberto Ramos afirma que a projeção deve se confirmar.Mas diz que a incerteza das famílias, a perda de emprego e renda podem influenciar negativamente os resultados. Já a manutenção de renda e emprego em parte das famílias e o consumo reprimido (devido ao fechamento do comércio por causa da pandemia) pode fazer o faturamento ainda maior. “
Dado o contexto de incerteza e instabilidade provocados pela pandemia e o contexto político, é difícil prever se vão prevalecer os aspectos positivos ou negativos”, afirma o professor. O economista da CNC Fabio Bentes destaca que o Dia das Mães deste ano poderia ser melhor do que em 2019, ano em que não havia pandemia, se nós estivéssemos num cenário melhor. “
Temos fatores nesse momento que impactam o orçamento das famílias”. Cita como exemplo o desemprego e a inflação alta. As projeções da CNC mostram que a inflação dos produtos e serviços consumidos no Dia das Mães deve ser de 4,7%. O maior valor desde 2016, quando a inflação estava em 7,7%.

A avaliação tanto de Carlos Alberto Ramos quanto de Fabio Bentes é de que inflação deve fazer o consumidor optar por opções mais baratas de presentes. Ramos afirma que isso deve acontecer especialmente em segmentos da população com uma acentuada incerteza, como pessoas beneficiárias do auxílio emergencial. “
Eles sabem que esses auxílios são transitórios e que a retomada da atividade é incerta”. O economista da CNC diz que ainda não se pode falar que o Dia das Mães mostra uma retomada do varejo em valores pré-pandemia. Mas isso pode acontecer em outras datas do 2º semestre. “
Isso pode vir a acontecer em grandes datas para o varejo, como Black Friday e Natal”. Bentes pondera, no entanto, que isso vai depender do ritmo da vacinação no país. “
Quanto mais rápida a vacinação, mais contundente vai ser a recuperação do comércio”.