O Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira (FGVcemif) fez um levantamento, ao qual
o UOL teve acesso, que aponta reclamações relacionadas à exclusão digital pelas pessoas mais pobres na hora de fazer o cadastro do auxílio emergencial. As classes D e E são as que mais têm dificuldades de acesso a celular e internet de qualidade. Segundo o estudo da FGV, pessoas que tentaram sem sucesso receber o auxílio emergencial em 2020 alegaram barreiras tecnológicas e problemas ao baixar ou utilizar o aplicativo da Caixa.
“Isso acaba sendo um problema, já que as pessoas dessas classes são justamente aquelas que estão em maior condição de vulnerabilidade social e precisam de políticas de transferência de renda”, disse Lauro Gonzalez, coordenador do FGVcemif, ao
UOL. De acordo com o site, foram realizadas 2.408 entrevistas (95% por questionários na internet e 5% por telefone), com pessoas de 16 anos ou mais, entre 29 de julho e 20 de agosto de 2020. Nesta 3ª feira (25.mai.2021),
o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a prorrogação do
auxílio emergencial, defendida por congressistas, depende da evolução da pandemia de covid-19.
“Depende da pandemia. Se a pandemia continuar conosco, nós temos que ir renovando as camadas de proteção. Se a pandemia recua, nós podemos já passar ao Bolsa Família”, afirmou Guedes, ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto, na saída de um evento do
BTG Pactual. O auxílio emergencial voltou a ser pago em abril e tem quatro parcelas previstas neste ano. Segundo o Ministério da Cidadania, 39,1 milhões de famílias estão recebendo o auxílio, que varia de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375 dependendo da formação familiar. O programa tem um orçamento de R$ 44 bilhões, que foi liberado pela
PEC Emergencial e está fora do teto de gastos. Uma eventual prorrogação do auxílio pode exigir a ampliação desse orçamento.