Aras contesta "conduta antiética" de professor da USP que criticou sua atuação

17/05/2021 17/05/2021 06:39 107 visualizações
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, registrou representação à Universidade de São Paulo (USP) contra o professor Conrado Hübner Mendes, da Faculdade de Direito da instituição, devido a alegações contra a sua figura. O PGR também já ajuizou ação penal contra o colunista da Folha de S.Paulo. Em documento enviado ao reitor da universidade, Vahan Agopyan, Aras descreve a conduta antiética do professor, que teria ocorrido na forma de ataques pessoais à sua honra. Segundo o PGR, os termos usados por Conrado ultrapassam a crítica ácida "para flertar com o escárnio e a calúnia". Aras pede que a USP apure a conduta do professor e submeta a representação à sua Comissão de Ética. Em janeiro deste ano, o professor usou sua conta no Twitter para se referir a Aras como "Poste-Geral da República" e "servo do presidente" Jair Bolsonaro. Também acusou PGR de se omitir quanto à responsabilidade do governo nas tragédias decorrentes da crise de Covid-19. No mesmo mês, Conrado publicou em sua coluna na Folha de S.Paulo um texto intitulado "Aras é a antessala de Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional", no qual reforçava as acusações. Na ocasião, ainda sugeriu que o PGR promove engavetamentos de investigações criminais contra aliados de Bolsonaro e desmonta forças-tarefa de combate à corrupção. "No caso concreto, o representado não se limita a promover crítica mediante narrativa ou simplesmente formular uma crítica ácida ou com teor altamente negativo, ele imputa ao representante a prática do crime de prevaricação descrito no artigo 319 do Código Penal", indica Aras no documento. O PGR acusa o professor de cometer os crimes de calúnia, injúria e difamação por meio de suas afirmações. Ele ainda lista sua versão de todas as queixas apresentadas por Conrado e nega ter cometido qualquer dos atos a ele atribuídos. De acordo com Aras, desde sua posse foram autuados 78 processos administrativos de apurações envolvendo o presidente. Aras lembra que Conrado se apresenta como professor da USP tanto em sua conta do Twitter quanto em sua coluna na Folha. Assim, ele estaria usando de sua posição na universidade para cometer crimes contra a honra do PGR. "Além de se utilizar de linguagem sórdida, assim o faz sem confirmar a veracidade e procedência das informações, escamoteando fatos relevantes que contariam suas alegações, omitindo-se, portanto, no dever de expor a verdade dos fatos no intuito de apresentar sua mentirosa versão, conspurcando a realidade das circunstâncias em prol de uma narrativa sensacionalista e sabidamente inverídica", pontua. Em sua conta do Twitter, neste sábado (15/5), Conrado criticou a representação enviada pelo PGR. Segundo ele, seria mais um episódio do "Estado de intimação", promovido por "autoridade que explodiu a  dignidade do cargo que ocupa, contra um professor que tenta exercer liberdade de crítica". Clique aqui para ler a representação