O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, deverá propor um projeto para criar juizados especializados em crimes cometidos na internet, segundo deputadas que conversaram com o ministro nesta 4ª feira (28.abr.2021). Segundo elas, Fux demonstrou entusiasmo com a ideia e disse que elaboraria e enviaria um projeto. Não teria dado, porém, prazo para isso. As deputadas que participaram da conversa foram
Luísa Canziani (PTB-PR),
Margarete Coelho (PP-PI) e
Celina Leão (PP-PI). Era esperada também a presença do presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), mas ele não compareceu.
“Nossa iniciativa é no sentido de procurar o Judiciário para que encaminhe à Câmara um projeto para criar e regulamentar os Juizados Especiais Digitais”, disse Canziani antes da reunião com Fux, na sede do STF, em Brasília.
“O presidente ficou muito entusiasmado com a expectativa”, disse a deputada na saída. Ela afirmou que Fux já acionou sua equipe e que levaria o tema ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
“Teremos juizados especializados em questões digitais, com a agilidade que as questões digitais requerem”, disse Margarete.
“Os crimes na internet exigem uma agilidade, uma especialidade e uma renovação constante”, declarou.
“Em um segundo você consegue destruir a honra de alguém”, afirmou a deputada sobre a velocidade da internet. A ideia, dizem as deputadas, é que um departamento especializado pode tornar mais rápidos processos de crimes não muito graves nem complexos praticados na internet. Por exemplo, crimes contra a honra. Luísa Canziani também citou notícias falsas como passíveis de serem apuradas pela possível nova estrutura judicial. A proposição do projeto precisa ser do Judiciário para não esbarrar no chamado “vício de iniciativa”. Ou seja: o Legislativo não pode, formalmente, fazer propostas sobre o funcionamento da Justiça. Em 2019, por exemplo, Jair Bolsonaro
vetou proposta aprovada pelo Congresso para criar juizados digitais. De acordo com o Planalto, a proposta usurpava
“competência privativa do Poder Judiciário”.