Prefeitura fechou contrato para compra de 400 mil doses com empresa que se diz representante comercial da AstraZeneca. A Polícia Civil do RJ afirma se tratar de um golpe
O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), confirmou que esteve no Rio de Janeiro e conversou com o delegado responsável pela investigação da operação contra a empresa que negociou doses da vacina de Oxford/AstraZeneca a pelo menos 20 prefeituras de todo o Brasil. A Polícia Civil do RJ afirma se tratar de um golpe.
Em entrevista à Rede Amazônica nesta nesta terça-feira (27) o prefeito disse que nos próximos dias, se não receber os documentos pendentes, a prefeitura deve rescindir unilateralmente a compra.
"É uma luta diária. Nós não podemos simplesmente ficar quietos. O "não" nós já temos, a função do prefeito é ter atitude e buscar mesmo que corramos o risco de alguma frustração, como está acontecendo nesse momento", afirmou.
"Ainda há muito a ser investigado. É uma situação muito incipiente e realmente existem algumas incongruências. O assunto em si é muito complexo. Nenhum município brasileiro conseguiu comprar vacina diretamente dos fabricantes ou distribuidores. Nós ainda estamos mantendo a nossa negociação em andamento, mas por pouco tempo", disse.
A aquisição foi anunciada no dia 12 de março. Dias depois, a promessa era que 400 mil doses da vacina contra a Covid-19 seriam entregues até 15 de maio para a imunização dos portovelhenses. Ao todo, R$ 20 milhões seriam investidos na compra.
Hildon reforçou que as 400 mil doses não foram pagas e que não há prejuízos financeiros aos cofres públicos. Ele destacou que a tentativa foi para avançar com a imunização no município.
Segundo o prefeito, outros caminhos são estudados para garantir vacinas à população. De acordo com a declaração dele, está em andamento uma tratativa para aquisição de doses pelo Conectar, um consórcio criado pela Frente Nacional dos Prefeitos.
Operação Sine Die
