
SETOR DE CIGARROS É DOS MAIS AFETADOS
No setor de cigarros, um dos mais afetados pelo contrabando no Brasil, a estimativa de prejuízo com perdas e evasão fiscal é de R$ 14,2 bilhões em 2020. O prejuízo foi levemente inferior ao total de 2019, quando somou R$ 15,9 bilhões. Nesse mesmo ano, o mercado ilegal de cigarros alcançou 57% do total. Só no setor de cigarros, a presença do contrabando representa não apenas uma perda significativa de arrecadação de tributos, cerca de R$ 6 bilhões a menos no PIB, mas também um deficit de cerca de 173 mil empregos.CONTRABANDO DE CELULARES E COMBUSTÍVEIS CRESCE
Na contramão da maioria dos setores analisados, os mercados de celulares e combustíveis perderam espaço para o contrabando. Segundo Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria no IDC Brasil, apesar da queda do poder de consumo em 2020, “o brasileiro precisou da tecnologia e muita gente começou a trabalhar, estudar e fazer muitas coisas com o celular, que continuou sendo um objeto de desejo”. De acordo com Sakis, o isolamento social fez com que as pessoas passassem a depender ainda mais da tecnologia e paralelamente passassem a consumir via e-commerce. Na internet, fica mais difícil para o consumidor identificar a origem do produto, que muitas vezes entra no país ilegalmente. “Ainda é uma parte pequena de ilegais, mas foi praticamente 10% do mercado brasileiro de celulares em 2020”, conclui. Já no setor de combustíveis, o aumento do ilegal está relacionado o encarecimento de produtos como a gasolina, somado ao contrabando que tem origem dentro do Brasil. “A legalidade é decorrente das práticas internas do próprio país”, como fraudes, sonegação, roubos e desvio de combustível nos dutos”, explica Vismona.Este conteúdo é patrocinado pelo FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade) e faz parte da série “O custo do contrabando”. Leia todas as reportagens.