VÍRUS & MÍDIA
“Faz 5 anos que eu não falo com a imprensa. A última vez que eu dei uma entrevista para a televisão foi há uns 5 ou 6 anos. Eu virei uma espécie de vírus.”JORNALISMO DA TV GLOBO
“Fiquei feliz. Depois da divulgação de tanta mentira contra mim, acho que nós tivemos ontem [3ª feira (9.mar)] um Jornal Nacional épico. Ontem, quem assistiu televisão, não estava acreditando no que estava acontecendo. Pela 1ª vez, a verdade prevaleceu.” “Fiquei feliz porque espero que a verdade versada pela Globo ontem seja o novo padrão de comportamento com a verdade. A Globo não tem que gostar ou não gostar do presidente, do partido. Ontem fiquei feliz porque eu vi a verdade proferida na íntegra por 2 ministros da Suprema Corte. Espero que continue assim. Porque antes Gilmar [Mendes] e [Ricardo] Lewandowski não apareciam. Apareciam os acusadores durante meia hora e as vezes o Gilmar e Lewandowski, se votassem contra os procuradores, tinham 30 segundos. Dos meus advogados nem falo. O esforço pra que aparecessem por 30 segundo era monumental e nem sempre apareciam.” Logo após as declarações de Lula, o Grupo Globo divulgou uma nota editorializada discordando das declarações do ex-presidente. A empresa da família Marinho disse disse, de maneira direta: “O ex-presidente está errado”. Eis a íntegra da nota da Globo: “O ex-presidente Lula fez críticas aos órgãos de imprensa e à Globo em especial. Elogiou a cobertura do JN de ontem, que classificou de épica. Deu a entender que, ontem, a Globo relatou a verdade, o que antes não fazia. E desejou que este passe a ser o padrão do jornalismo da emissora. O ex-presidente está errado. O jornalismo da Globo se dedica a relatar os fatos e a buscar a verdade e vai continuar a fazê-lo, mas não somente os fatos e as verdades que lhe sejam favoráveis”.NÃO EXIGIRAM VERACIDADE
“Durante longos 5 anos, amplos setores da imprensa não exigiram nenhuma veracidade do Moro, dos procuradores e da Polícia Federal para divulgar as mentiras que contavam a meu respeito. Era até engraçado porque muitas vezes quando ia fazer o inquérito, e a maior preocupação do delegado não era com a pergunta, era com o vazamento. E o vazamento era selecionado. Tinham jornalistas específicos na Folha, no Estadão, na Época, na Veja, na Istoé, em vários canais de televisão. Quantas matérias no principal jornal da televisão aparecia um gasoduto saindo dinheiro pra falar 20 ou 30 minutos das denúncias dos procuradores sem nenhuma prova.”DESTRUIÇÃO
“Contra o Lula não precisava provar que o documento tinha seriedade, era preciso destruir. Afinal de contas, um torneiro mecânico e sem dedo já tinha feito demais nesse país. Era preciso evitar que esse cidadão pensasse em voltar a governar esse país.”IMPRENSA LIVRE
“Fiquei feliz com a verdade. Porque é para isso que servem os meios de comunicação. Jornalista não existe para sair para rua cumprir a ordem do editor. Vocês não sabem, mas aqui nessa sala não tem ninguém que tenha lidado 10% coma imprensa do que lidei desde 1975. Eu sempre disse que o papel da imprensa é sair para rua com compromisso de dizer a verdade. Nua e crua. Não tem importância que seja contra qualquer partido, é para isso que precisamos de imprensa livre. A ideologia da notícia do jornal e da televisão deve ser colocado no cantinho do editorial, como pensamento da revista.”LAVA JATO FEZ PACTO COM A MÍDIA
“A Lava Jato fez um pacto com setor da mídia que era preciso, porque essa era teoria do Moro em um artigo que escreveu em 1994, em que ele dizia que só imprensa pode ajudar a condenar as pessoas.”AGRADECIMENTO
“Quero agradecer a imprensa brasileira, porque depois de tudo que falei. Porque sei que vocês vão continuar trabalhando para tentar melhorar o papel da imprensa na construção da democracia brasileira.” “Eu sou um homem que conversa com todo mundo eu não tenho viés ideológico de preconceito ‘eu não converso com num sei quem’ […] eu estou aberto a conversar com qualquer pessoa que queira conversar sobre democracia, sobre vacina já, sobre o auxílio emergencial, e sobre emprego nesse país. e se quiser dar um passo atrás e conversar sobre como tirar o Bolsonaro, eu to mais feliz ainda.”Este texto foi escrito pela estagiária Melissa Fernandez sob supervisão do editor Samuel Nunes