Músico gravou com gigantes do sertanejo e fez hit. O artista morreu em Goiânia devido a um choque séptico, que causou falência múltipla dos órgãos
O choque séptico, que causou a morte do cantor Maurílio em Goiânia, nesta quarta-feira (29), acontece quando uma infecção grave se espalha pelo corpo e causa a conhecida falência múltipla dos órgãos. O médico do artista, Wandervam Azevedo, explicou que o quadro clínico também provoca uma pressão arterial perigosamente baixa. "Ele piorou desde ontem [28]. Trocamos o antibiótico e o corpo não respondeu. Hoje [29], continuamos com o aumento de remédios, mas ele teve falência múltipla de órgãos: rins, pulmão, fígado e, por último, o coração", explicou o médico.Abaixo, veja as respostas para as perguntas referentes ao choque séptico.
- O que é choque séptico?
- Quando ele acontece?
- Qual é o tratamento?
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Maurílio canta durante show com a dupla Luiza em Porto Alegre, em setembro de 2017 — Foto: Divulgação/Site Oficial
O que é
O choque séptico ou sepse é o resultado de uma infecção que se alastra pelo corpo rapidamente, afeta vários órgãos e pode levar à morte. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a síndrome é a principal causadora de mortes dentro das unidades de tratamento intensivo (UTIs). A mortalidade no Brasil chega a 65% dos casos.
Quando acontece
O quadro acontece quando o paciente tem um ou mais órgãos acometidos por uma infecção, segundo o médico.
No choque séptico, o paciente chega nesse estágio avançado da infecção e já se encontra mais debilitado, com maior predomínio de substâncias tóxicas produzidas pelos microrganismos invasores.
"Por diminuição da pressão arterial, é comum que pessoas em choque séptico apresentem também maior dificuldade na circulação do sangue, o que faz com que chegue menos oxigênio a órgãos importantes, como o cérebro, o coração e os rins", explicou Breno Santos.
Isto faz com que surjam outros sinais e sintomas mais específicos do choque séptico, como diminuição da quantidade de urina e alterações do estado mental.
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A dupla sertaneja Luiza e Maurílio durante apresentação em Sinop (MT), em março de 2019 — Foto: Divulgação/Site Oficial
Qual é o tratamento
No choque séptico, o paciente chega nesse estágio avançado da infecção e já se encontra mais debilitado com maior predomínio de substâncias tóxicas produzidas pelos microrganismos invasores, explicou o médico Breno Santos.O tratamento é feito na UTI, com o uso de medicamentos e antibióticos para regularizar as funções cardíacas e renal e eliminar o microrganismo causador da infecção, além de monitorização da pressão e níveis de lactato.
O médico Breno Leite Santos explica o quadro é uma complicação grave de uma infecção localizada, que evolui para todo o organismo.
É mais comum em pessoas mais fracas, que não conseguem controlar a infecção, como crianças, idosos, e pacientes com câncer, insuficiência nos rins ou no fígado.
O paciente em estado de choque séptico precisa de remédios intensos na corrente sanguínea também para controlar a pressão arterial, segundo o médico Wandervam Azevedo. Essas drogas, porém, ocasionam uma série de efeitos colaterais, como, por exemplo, problemas na perfusão e vasoconstrição periférica, o que não é bom.
A perfusão, segundo Wandervam, é o mecanismo que leva sangue para os pulmões. Já a vasoconstrição periférica é feita para desviar o sangue de órgãos não vitais para manter vivos órgãos essenciais, como o cérebro e o coração.