As postagens feitas por meio de contas de políticos de direita são mais impulsionadas pelo algoritmo do Twitter do que as feitas por políticos de esquerda. Essa é a principal conclusão de um estudo feito pela própria plataforma. A pesquisa considerou sete países: Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido. Apenas na Alemanha o fenômeno não foi detectado: a amplificação de postagens é praticamente a mesma nos dois lados do espectro ideológico. O estudo é apenas descritivo, e o Twitter reconhece que ainda é preciso descobrir as causas do fenômeno para então determinar quais mudanças devem ser feitas para reduzir os impactos adversos do algoritmo. "Estabelecer por que esses padrões observados ocorrem é uma questão significativamente mais difícil de responder, pois é um produto das interações entre as pessoas e a plataforma", diz trecho do comunicado da plataforma. "A amplificação algorítmica não é um problema em si mesmo — todos os algoritmos amplificam. Mas a amplificação algorítmica é problemática se houver tratamento preferencial em função de como o algoritmo é construído em relação às interações que as pessoas têm com ele", prossegue a nota da plataforma. Para chegar à conclusão de que a amplificação é enviesada, o estudo considerou centenas de milhões de postagens. O período de coleta foi de 1º a 15 de abril de 2020. Para detectar como se dá essa amplificação, foram comparadas duas formas de exibição dos tuítes: a preparada pelo algoritmo (que seleciona o que aparecerá na página inicial do usuário) e a apresentação em ordem cronológica decrescente. Outra conclusão do estudo é que os veículos de comunicação de direita também recebem uma amplificação algorítmica maior — em comparação com os de esquerda. A classificação do que é um veículo de comunicação de direita ou de esquerda levou em conta dados de organizações independentes. Além disso, a pesquisa revelou que os tuítes com conteúdo político feitos por autoridades, independentemente do partido, são mais amplificados pelo algoritmo. Clique aqui para ler o estudo