A vacinação contra o novo coronavírus começou em mais de 50 países. Mas as doses disponíveis não são suficientes sequer para imunizar a população idosa –que é a mais vulnerável a casos graves da doença. O
Poder360 levantou os dados dos 10 países com mais infectados pelo novo coronavírus. O infográfico a seguir detalha a situação de cada um deles, até às 20h dessa 6ª feira (8.jan.2021):

A Índia está mais próxima de um estoque grande o bastante para vacinar seus idosos. Com os números atuais, conseguiria aplicar uma dose em cerca da metade das pessoas com 60 anos ou mais. Contudo, a imunização não começou no país. Deve ter início ainda este mês. O governo indiano informou que a 1ª etapa da vacinação incluirá pessoas com comorbidades, profissionais da saúde e aqueles com mais de 50 anos. Além disso, a imunização será administrada em duas doses. Ou seja: o número de idosos que pode receber a vacina num futuro próximo cai drasticamente. Mas a Índia é exceção: é uma das maiores produtoras de vacinas do mundo e está bem abastecida em comparação aos demais países. A Espanha, por exemplo, precisa multiplicar seu estoque por 30 para conseguir aplicar a 1ª dose em todos os seus idosos.
NO BRASIL
O Ministério da Saúde
afirma que tem 354 milhões de doses garantidas para 2021. A maior parte (210,4 milhões) é do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e Oxford. As doses serão produzidas no Brasil, pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Em um 1º momento, será usada matéria-prima importada, e depois a fabricação será inteiramente nacional. Questionada pelo
Poder360, a Fiocruz informou que
“a produção da vacina ainda não começou”. Declarou que os primeiros insumos chegam ainda em janeiro e que aguardam informações da China e AstraZeneca para confirmar a data. A Fiocruz ressaltou que as entregas de doses devem começar a partir de fevereiro e que estão dentro do cronogama. Nesse meio tempo, o governo federal tenta importar diretamente 2 milhões de doses de um laboratório da AstraZeneca na Índia. O presidente Bolsonaro
pediu o envio dos imunizantes com “
urgência” em carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nesta 6ª feira (8.jan). Até onde se sabe, o que o Brasil tem a sua disposição hoje são 11 milhões de unidades da CoronaVac. A informação é do próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele disse, na última 5ª feira (7.jan):
“Já existem 5 milhões de doses produzidas pelo [Instituto]
Butantã no Brasil hoje, esse é o número real. E existem 6 milhões de doses importadas”. O Instituto Butantan trabalha em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O
Poder360 pediu ao instituto que confirmasse os números informados pelo ministro da Saúde, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O Ministério da Saúde também não se posicionou oficialmente sobre o quantitativo de doses disponíveis no Brasil atualmente.