A imprensa foi informada com antecedência sobre uma operação da Polícia Federal. Na manhã desta terça-feira (26/5), equipes de televisão e jornais já acompanhavam os trabalhos da PF no cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência oficial de Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, e outros 11 endereços. A investigação apura suspeitas de desvios nas ações de combate à Covid-19. Na operação desta manhã, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça, segundo o portal G1, equipes da PF também foram mobilizadas para o escritório de advocacia do governador e para a casa onde ele morava antes de ser eleito. A Folha de S.Paulo e O Globo citam o escritório da mulher de Witzel. Já segundo a TV Globo, é a PF de Brasília que chefia a investigação. O jornal carioca chegou a dizer que os policiais chegaram ao Aeroporto Internacional do Rio pouco depois de 5h30 nesta madrugada. E, aparentemente, não eram só os jornalistas que estavam sabendo da "operação": na véspera, a deputada Carla Zambelli declarou seu conhecimento de que havia investigações, e ainda indicou que esse é só o começo — sem explicar como ou por que teria acesso a essa informação. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Zambelli disse: "A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha, para sair, mas não saíam. E a gente deve ter, nos próximos meses, o que a gente vai chamar, talvez, de ‘Covidão’, não sei qual vai ser o nome que eles vão dar… mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal." Investigação na saúde A operação desta terça dá continuidade a uma investigação sobre possíveis fraudes em contratos da saúde envolvendo organizações sociais. No último dia 15, a PF prendeu o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Paulo Melo e o empresário Mário Peixoto. Os supostos desvios teriam sido praticados em hospitais de campanha montados pelo governo do Rio, em parceria com Peixoto, no bairro do Maracanã, na capital, e nos municípios de São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Casimiro de Abreu e Campos. A ConJur tem noticiado a briga jurídica para a abertura desses hospitais, já que a maioria deles ainda não está funcionando. Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu 20 dias de prazo para o governo disponibilizar os serviços. Segundo o Valor Econômico, as prisões do dia 15 já estavam autorizadas desde fevereiro de 2020, pelo juízo da 7ª Vara Federal Criminal. O agravamento da epidemia do coronavírus, no entanto, levou ao seu adiamento. A investigação subiu para o STJ após essa operação porque o governador do estado, Wilson Witzel, foi citado.
23 de Novembro de 2024 às 16:14