
O retorno, de acordo com o guia, deve respeitar uma escala de intensidade de transmissão do coronavírus:
- Azul: quando não há caso confirmado de contaminação pelo coronavírus, as escolas podem reabrir;
- Verde: quando as instituições de ensino têm registro esporádico de casos de infecção, é possível reabrir;
- Amarela: quando há transmissão local, restrita a regiões específicas (clusters), a maioria das escolas pode abrir. Autoridades locais, no entanto, podem decidir pelo fechamento das instituições;
- Vermelha: quando há caso de transmissão comunitária, a Educação aponta risco para o funcionamento presencial das escolas e sugere a adoção das MSSP (Medidas Sociais e de Saúde Pública), que podem incluir o fechamento das escolas.
TEMPO PARA O APRENDIZADO
A pesquisa da FGV mostra ainda o tempo médio de horas dedicadas pelos estudantes ao aprendizado durante o período com aulas à distância. Segundo o levantamento, os estudantes de 6 a 15 anos dedicaram efetivamente, ao longo do mês de agosto, 2,37 horas diárias ao estudo remoto. A média está abaixo do tempo mínimo indicado na Lei de Diretrizes Básicas da Educação, que é de 4 horas por dia. Quanto mais velho é o estudante, menor é o tempo dedicado para o estudo remoto. De acordo com a FGV, os adolescentes de 16 e 17 anos matriculados se dedicam relativamente mais ao ensino remoto, mas sofrem com maior evasão escolar e, por isso, apresentam no cálculo geral menor tempo para escola que as crianças e adolescentes de 6 a 15 anos. O estudo indica ainda que a partir dos 18 anos o tempo diário dedicado pelos estudantes matriculados ao aprendizado é de apenas 0,95 horas/dia. “A falta de atividades escolares percebidas pelos estudantes é mais relacionada à inexistência de oferta por parte das redes escolares do que a problemas de demanda dos próprios alunos. Enquanto 13,5% dos estudantes de 6 a 15 anos não receberam materiais dos gestores educacionais e professores, apenas 2,88% não utilizaram os materiais que receberam por alguma razão pessoal”, diz a FGV. Considerando a renda, o estudo mostra que quanto mais pobre é o estudante, menor é a frequência na escola, menor a quantidade de exercícios recebidos, e menor é o tempo dedicado aos exercícios recebidos. “Os alunos mais pobres são 633% mais afetados pela falta de oferta de atividades escolares que os alunos mais ricos. Conclui-se que a desigualdade de oportunidades e de resultados educacionais aumentará durante a pandemia, quebrando tendência histórica de décadas”, diz o estudo.Informações deste post foram publicadas antes pelo Drive, com exclusividade. A newsletter é produzida para assinantes pela equipe de jornalistas do Poder360. Conheça mais o Drive aqui e saiba como receber com antecedência todas as principais informações do poder e da política.