Zé Tolis: quase 30 anos de trabalho, dedicação amor à Polícia Civil
28/01/2018 31/01/2018 11:49 357 visualizações Formei-me em Cacoal, interior de Rondônia. Ex-aluno da Escola Carlos Gomes. Pai de família, casado, três filho, uma neta. Entre as pessoas que foram “espelhos” para minha vida estão: Dr, Fausto e Dr. Parentes. Entre os amigos de profissão Elágio e Paulo Sérgio se destacam. Palmeirense. Durante meus 28 anos de serviço, só não trabalhei em Costa Marques e Machadinho do Oeste. Sou Zé Tolis, figura considerada emblemática por muitos, que leva muito a sério sua profissão. Um apaixonado pela Polícia Civil. Assim me defino e neste texto, faço um pequeno um auto-retrato de vida e dedicação à Polícia Civil. Sempre trago todos os dias uma filosofia: Não é porque estamos trabalhando no IML que não temos sentimento humanitário para com as vítimas e seus entes queridos. Você não pode encarar as coisas assim, porque é a hora – durante as perdas – em que mais a família precisa de um atendimento humanitário. E estamos preparados para prestar este serviço. Nestes quase 30 anos, um caso que mais chamou tua atenção, que você achei que foi bárbaro, e que de certa forma me tocou recentemente, cerca de dois anos atrás. Até um bombeiro chorou. Foi a morte de uma criança na BR-364. O pai estava no caminhão e furou o pneu. Ele andou mais ou menos 15 km com pneu furado procurando uma borracharia. Na hora que ele achou um local para consertar o pneu, foi manobrar o carro de uma vez, e bateu. A criancinha de seis meses escorregou do colo da mãe com o impacto da batida e caiu debaixo do pneu. Foi chocante. É impossível não se emocionar. Então são certas coisas que você ver a situação e dependendo do tipo de ocorrência você fica meio chocado ainda. Isso tem que existir, a comoção. Somos humanos. Apesar de ter a função recolher cadáver, mas por trás, não é que você tenha sentimento pelo cadáver, é a situação, momentânea de como foi acontecer aquilo, que choca. A origem da ocorrência. Têm situações que chocam. Essa criancinha que morreu agora, em Santa Luzia, que o cara matou a mãe e jogou as duas crianças dentro do carro e tocou fogo. Uma das crianças abriu a porta do carro e saiu e correram pra dentro da água, e no outro dia você encontra as crianças que estavam internadas no Cosme Damião...então são situações que chocam. Neste caso, uma das meninas morreu. E outra situação assim que choca, são as ocorrências dentro dos presídios. Você vê que acabou o sentimento de humanidade. Você vê aquilo não pode ter sido feito por seres humanos. Os caras matam os outros de forma banal. Você tenta entender o que levou a pessoa a fazer aquilo ali. Ele estava totalmente drogado ou é um animal? Porque o animal mata para comer, ele não. Mata só por matar para simplesmente dizer: matei. Então o profissional – que é um ser humano - se choca às vezes devido às circunstâncias. Mas precisa fazer seu trabalho. É uma linha tênue que estamos todos os dias em cima dela. Não podemos pender nem para um lado nem para o outro. Meu sonho era ver tudo bem. Chegar à emergência, resolver e trabalhar da melhor maneira possível, com um atendimento humano. Meu sonho é esse. Todo que chegar ser bem atendido no meu local de trabalho. Oficialmente, ainda tenho dois anos e meio para a aposentadoria. Mas pretendo ficar trabalhando ainda mais porque é o que amo, porque aqui cada dia é um dia. Minha ideia é ficar trabalhando mesmo com o tempo de serviço completo para a aposentadoria.